Exemplos de Vida reflete a beleza e a singeleza da alma feminina racionalista cristã, nos ensinamentos das nobres mulheres Maria Thomazia, Maria Cottas e Maria de Oliveira. Encontrei nestes espíritos exemplos que dizem muito a todas as mulheres ávidas por esclarecimento. Como mãe e eterna estudante desta doutrina, ao ler e transcrever cada letra de suas páginas, senti que cresci um pouco mais, e deixá-las em meu arquivo pessoal seria demais injusta para com todas, assim, publico seus exemplos e um pouco de suas biografias para quem desejar sentir a vibração e a ternura do amor existente em cada palavra. Maria de Fátima Almeida

O valor do elogio – Por Maria Cottas

Elogiar é estimular. Principalmente quando o elogio é feito a uma criança. Consideramos um grande erro dos pais negar elogios aos seus filhos quando praticam uma boa ação ou se esforçam nos estudos, pois o elogio exerce sobre eles o mesmo efeito que nos adultos.

O elogio eleva e inspira. Como a alavanca de Arquimedes, move o mundo inteiro. Todos nós, adultos, sabemos que não há incentivo mais poderoso que o encômio de nossos entes queridos, para que executemos o nosso trabalho com boa vontade, e, no entanto, a maioria dos pais adota a teoria de que a melhor maneira de corrigir uma criança é repetir-lhe o dia inteiro que é malcriada, desobediente ou preguiçosa.

Pensam alguns pais que as palavras elogiosas sobre a boa conduta dos filhos lhes despertam uma perniciosa vaidade; ao contrário, achamos o elogio um grande estímulo e valioso auxiliar para a educação da criança. As censuras constantes às crianças fazem-nas criar complexos de inferioridade e incompetência, de que se ressentirão mesmo depois de adultos.


E certo que os pais que se habituam a repreender constantemente os seus filhos, por vezes, até asperamente, não são cruéis; eles amam os seus filhos e por muito lhes quererem e ansiarem a sua perfeição é que acham que devem exigir deles o máximo, exibindo, diante de seus olhos, todo um cortejo de seus defeitos e fraquezas.

Não compreendem, cegos por errôneo conceito do dever, que causaram a seus filhos irreparável dano, fazendo surgir em seus espíritos complexos de inferioridade que os conduzirão ao fracasso mais tarde.

Os pais se esquecem de que são para os filhos o público do qual esperam deles o julgamento de uma conduta. Quando não recebem o aplauso esperado se sentem tão chocados, tão magoados como o autor cujo livro ou obra fracassou.

Há, pois, que se queixar de que os esforços realizados para corrigir seus filhos não obtiveram o êxito almejado.

"Tantos conselhos dei a Alberto, tanto fiz para que fosse um homem e no entanto nada consegui, só desgostos me tem dado".

"Tudo tenho feito para dominar o gênio impetuoso de Maria, e ela não se corrigiu até hoje". 

"Já não sei o que fazer com os meus filhos, não consigo que me obedeçam e meus ralhos não exercem sobre eles a mínima influência".

Tais são as queixas frequentes dos pais. Se os ralhos não exercem influência nos espíritos de seus filhos é que, com certeza, não são feitos com inteligência e eles já se acostumaram com os maltratos e as palavras ásperas que usam erradamente, para corrigi-los. As crianças assim endurecem os seus espíritos e passam a fazer ouvidos surdos às censuras e corrigendas paternas ou maternas.
Muitos rapazes renunciam aos estudos e deixam de seguir uma carreira de futuro por culpa dos pais que os maltratam com a sua rispidez e os aterrorizam, com ameaças, por causa de uma simples nota baixa, em vez de estudarem os seus temperamentos e guiá-los, estimulando-os pelo elogio inteligente.

Matar em embrião a personalidade de uma criança é um crime. E são não raros os pais, cegos até pelo muito quererem a seus filhos, que assim procedem.

É certo que o elogio, como tantas outras coisas boas, deve ser concedido à criança com inteligência, em medida certa, e só quando merecido. Deve ser usado como reconhecimento por um trabalho bem feito para ser estímulo e servir como uma esperança que inspirará à criança o desejo de continuar melhorando sempre.

Em uma palavra se dirá à criança, quando boa, que pode ser melhor ainda, e quando de mau temperamento, que pode melhorar.

Não regateemos, pois, elogios aos nossos filhos quando os merecerem porque mais tarde nô-los recompensarão.

O Valor do Elogio
Por Maria Cottas

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